Em um país rico em minerais como o Brasil, é de se esperar que a atividade da mineração ocupe posição de grande destaque na economia. Só no ano de 2017, o setor de mineração respondia por 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com produção superior a dois bilhões de toneladas naquele ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
No contexto da atividade mineradora, um componente importante que tem estado nos noticiários nacionais e internacionais é a barragem de rejeitos. Especialmente em Minas Gerais, o principal estado minerador do país, as barragens fazem parte da paisagem e da realidade da população, nos municípios onde se localizam.
Nosso artigo é um convite para conhecê-las mais de perto. Vamos entender o que é uma barragem de rejeitos na mineração?
Entenda o que é e para que serve uma barragem
A atividade mineradora explora o solo para retirar o minério de ferro, que é a base para o aço, fundamental na fabricação de máquinas, veículos, estruturas para construções etc.
Após a extração, o minério passa pelo beneficiamento, para separá-lo dos materiais de menor valor comercial. A “sobra” desse processo é o que se chama rejeito.
Os rejeitos são uma mistura de material líquido e sólido, o que forma uma lama que ainda contém substâncias químicas usadas no beneficiamento. Ou seja, não podem ser descartados na natureza.
É aqui, então, que surge a necessidade das barragens. Na mineração, elas são obras de engenharia projetadas para a contenção dos rejeitos. Segundo dados de fevereiro de 2019, divulgados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), existem 769 barragens de mineração cadastradas no território brasileiro.
Conheça alguns tipos de barragens
Um dos elementos da barragem é o dique, construído para a contenção dos rejeitos. O primeiro que se constrói é chamado “dique de partida”. À medida que o volume de rejeitos cresce, ocorre o alteamento, que consiste na construção de novas camadas, formando degraus sobre o primeiro dique.
Há diferentes tipos de alteamento. Entre os mais utilizados, temos:
Alteamento a jusante
A barragem permanece em solo compactado e os degraus são apoiados sobre a própria estrutura. Os alteamentos acompanham o sentido do fluxo dos rejeitos. A estabilidade é maior.
Alteamento por linha de centro
Neste tipo de barragem, os degraus são construídos exatamente sobre o anterior, mantendo a simetria constante. Em termos de estabilidade, é considerado um método intermediário.
Alteamento a montante
Consiste em construir degraus sucessivos sobre o dique inicial, utilizando o próprio material rejeitado. O alteamento é feito no sentido oposto ao fluxo dos rejeitos.
É importante salientar que as barragens com alteamento a montante encontram-se desativadas no Brasil.
Saiba que soluções são adotadas para barragem de rejeitos
Vários procedimentos vêm sendo adotados para minimizar os impactos e aumentar a segurança das barragens. Veja alguns exemplos:
- Beneficiamento a seco para diminuir a formação de rejeitos.
- Aperfeiçoamento dos processos de produção na atividade mineradora.
- Usos alternativos para aproveitamento dos rejeitos, como na fabricação de tijolos para a construção civil.
- Tratamento dos rejeitos por processos de desaguamento, para que os resíduos possam ser empilhados após a secagem.
- Monitoramento com equipamentos geotécnicos e softwares específicos, reforçando as inspeções visuais por equipes de engenharia, além de auditorias externas.
Esperamos que a leitura de nosso artigo tenha sido útil para que você conheça um pouco mais sobre a barragem de rejeitos. Quer fazer comentários? Fique à vontade!