Barcelona, a fascinante capital catalã, agrada a turistas com interesses diversos, mas há um perfil especial de visitante que se impressiona ainda mais com a cidade: o amante de arquitetura e das grandes construções.
Então, antes de visitar a atração maior da Catalunha, guarde este nome: Antoni Gaudí, um dos filhos mais ilustres da região e referência na arquitetura modernista. Vamos dar um passeio pelas principais obras de Gaudí em Barcelona?
As formas da natureza na arquitetura
Sabe-se que Gaudí não foi uma criança muito saudável. Como não podia brincar com os amigos, ele passava muito tempo observando a natureza, fascinado com suas formas e cores. Mais tarde, ele se transformaria no arquiteto das formas impossíveis, reproduzindo no concreto as curvas fluidas e sinuosas dos elementos naturais, como as árvores, os animais, o mar, a areia etc.
Segundo suas palavras, “o arquiteto do futuro se baseará na imitação da natureza, porque é a forma mais racional, duradoura e econômica de todos os métodos”.
Detalhes arquitetônicos de destaque na obra de Gaudí
Nas obras do maior expoente do modernismo catalão, considerado por alguns como uma releitura do estilo art nouveau, há elementos que aparecem com frequência. Alguns exemplos:
- as curvas e movimentos que lembram uma obra viva;
- os mosaicos em cerâmica colorida ou de material reaproveitado;
- o ferro forjado, a madeira, os vitrais geométricos, a pedra;
- formas de animais, de plantas e de ondas do mar;
- os caracóis;
- elementos de sustentação que lembram árvores ou estruturas ósseas;
- símbolos religiosos etc.
Então, exercite sua percepção, identificando os detalhes que mencionamos e admirando muitos outros, na arquitetura de Barcelona.
As grandes construções modernistas de Barcelona
Casa Vicens
Obra do início de carreira de Gaudí, exibe cerâmica em xadrez na fachada, contrastando com pedras e tijolos na cor ocre. Em outra fachada, as portas e azulejos remetem ao estilo mourisco. As torres do telhado lembram os minaretes das mesquitas e o gradil de ferro é composto de folhas de palmeira, símbolo muçulmano.
Casa Milà
Também conhecida como La Pedrera, é um ícone de inovação arquitetônica, vindo a quebrar totalmente os padrões dos estilos da época. São dois blocos de apartamentos, com entradas independentes, estruturados ao redor de dois pátios internos interligados, com rampas para a garagem no porão.
Divisórias em pedra, arcadas imitando folhas, sacadas e portas com grades de ferro forjado, pinturas imitando tapeçaria nas paredes, tetos em alto relevo ou com inscrições de poemas, terraço com chaminés e torres para ventilação e iluminação são exemplos de inovação, sem deixar de lado a funcionalidade. A Casa Milà é mesmo uma atração que deixa qualquer visitante boquiaberto.
Casa Batlló
Em 1903, o empresário Josep Batlló y Casanovas adquiriu o casarão do Paseo de Gracia e deu carta branca a Gaudí para restaurar o prédio.
De estilo semelhante à Casa Milà, a obra exibe formas de répteis, de plantas e de esqueletos, misturados a cerâmica e vidros coloridos, surpreendendo e encantando o visitante.
As linhas sinuosas da fachada se repetem no interior, nas portas, janelas, nichos e escadarias, fiéis ao estilo do arquiteto.
Parque Guell
O industrial Eusebi Guell encarregou Gaudí das obras do Parque Guell, uma imensa área verde urbana que reúne natureza e arquitetura surpreendente.
Nele se repetem as marcas registradas de Gaudí: mosaicos de cerâmica colorida, colunas que imitam árvores, balaustradas em ferro e outros.
O ponto alto do parque é o terraço com uma bela vista da cidade, contornado por um longo banco curvo. É um notável exemplo de integração da arquitetura com a natureza.
Catedral da Sagrada Família
Entre as grandes construções do modernismo catalão, esta jóia é considerada a obra-prima. A construção teve início em 1882 e o projeto é tão ambicioso que o arquiteto tinha consciência de que nunca veria a catedral concluída, o que está previsto para 2026, cem anos após a morte dele. Uma característica de Gaudí é que ele partia de um esboço geral e seguia criando e transformando, de acordo com a evolução do trabalho.
O imenso templo de torres pontiagudas lembra um castelo de areia. O projeto engloba três grandes fachadas: Natividade, Paixão e Glória. Após a conclusão, serão 18 torres no total. Entre elas, a central representando Jesus Cristo, quatro para os evangelistas e uma dedicada à Virgem Maria, entre as outras.
O interior tem colunas como árvores inclinadas, com abóbadas em hiperboloides e paraboloides, e impressiona pela profusão de detalhes.
Então, uma visita à Catalunha é uma oportunidade para encher os olhos com as grandes construções nascidas da imaginação genial de Antoni Gaudí. Compartilhe nosso artigo em suas redes sociais, para que seus amigos também saibam disso!