Imagine só a frustração que seria na vida de uma família que, depois de tanto tempo de procura e espera pela compra da casa própria, se depara com diversos defeitos no interior do imóvel?
A princípio, esses “defeitos” aparentemente são inofensivos, porém, podem esconder e até desencadear problemas graves em sua infraestrutura a curto ou a longo prazo.
É o que chamamos de patologias na construção civil, termo cada vez mais discutido entre os proprietários de construtoras e profissionais do ramo dada a crescente exigência do consumidor em adquirir um produto de qualidade, com boas referências no mercado e, sobretudo, seguro.
Mas o que esse termo quer dizer, afinal? Continue a leitura e descubra o que são as patologias na construção civil e seus principais agentes causadores.
Aprenda ainda o que pode ser feito para prevenir a obra destes problemas.
O que são patologias na construção civil?
O termo patologia na construção civil dedica-se ao estudo dos erros e danos na parte estrutural de uma obra.
A explicação para o surgimento das patologias na construção civil são variadas: a falta de planejamento, má condições de trabalho, armazenamento incorreto de materiais utilizados na construção e ineficiência na mão de obra também são alguns exemplos.
Negligenciar estas condições causam desvalorização do imóvel e impacto negativo ao nome da construtora e engenheiros responsáveis pelo projeto, além de comprometer a evolução das obras.
Por isso, é fundamental analisar cuidadosamente todas as condições de serviço da parte estrutural para saber identificar qualquer problema que possa comprometer a edificação.
4 patologias na construção civil mais comuns
1 – Infiltração
A falha na instalação da parte hidráulica causa uma grande dor de cabeça durante e após a obra.
Como consequência, surgem manchas úmidas nas paredes, pisos, fachadas e teto e, dependendo da causa, podem ser bastante difíceis de solucionar.
Não é à toa que essa é uma das maiores queixas dos moradores e proprietários de imóveis.
A umidade podem causar danos nos eletrônicos instalados e a parte elétrica da edificação, como também afetam a saúde dos moradores.
2 – Carbonatação
Também conhecido com corrosão das armaduras de aço, é causada por agentes químicos. O concreto, então, atua como protetor do aço, evitando que a estrutura seja acometida por processos corrosivos.
Mas, se o gás carbônico penetrar nos poros de concreto, ao entrar em contato com a umidade, forma acidez que atinge a armação metálica.
Portanto, o ideal é verificar se as armações estão devidamente cobertas com o concreto, além de atenção especial quanto ao tipo de concreto utilizado e sua composição para evitar que a mistura se descole e deixe o aço exposto.
3 – Deslocamento no revestimento
O concreto é o material utilizado para fazer o revestimento de pisos, paredes, lajes e outras partes estruturais de uma obra, geralmente já cobertas por camadas de cimento, cal ou gesso.
Além de dar o acabamento na parte estrutural, mantém o espaço seguro e livre da degradação causada por agentes externos.
Portanto, o surgimento de alguma falha no revestimento é um alerta para algum outro problema mais grave na estrutura da obra.
O tipo e a qualidade dos materiais escolhidos para serem adicionados junto à mistura do revestimento deve ser feito com cuidado, pois podem prejudicar o resultado final, além da forma de execução.
Os tipos de patologias na construção civil do revestimento são:
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Gretamento
Aberturas na superfície esmaltadas as placas com espessura inferiores a 1mm. Esse fenômeno ocorre graças a incompatibilidade de dilatação entre a base de assentamento e o esmalte da cerâmica. As variações de temperatura e umidade intensificam ainda mais o problema;
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Destacamento ou deslocamento
Perda na aderência entre a cerâmica do substrato ou da argamassa utilizada (o revestimento tem tensão superior a capacidade máxima de aderência entre a mistura e a placa de cerâmica).
4 – Fissuras
O acabamento da obra pode ir todo por água abaixo caso apareça pequenas ranhuras no concreto.
Esses pequenos defeitos aparentemente inofensivos podem acarretar em graves consequências na estrutura das paredes, piso, laje, e etc.
Mas, apesar de semelhantes, existem variações de fissuras: as trincas, por exemplo, são aquelas aberturas mais acentuadas, chegando a dividir o material “em dois”.
Já as rachaduras são fissuras mais profundas e acentuadas, logo, mais fáceis de identificar.
Além disso, as fissuras são classificadas de acordo com seu agente causador. São eles:
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Sobrecarga ou acúmulo de tensão
Quando é colocada uma carga acima do peso máximo estimado da estrutura do concreto armado;
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Retração de cimento
Quando uma grande quantidade de água misturada ao cimento acaba reduzindo o volume do concreto e interfere na movimentação das peças que fazem a estrutura da obra.
Caso as tensão seja maior que a resistência da tração do concreto, surgem as temidas fissuras.
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Movimentação térmica
A variação diária de temperatura ocasiona a dilatação da estrutura.
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Recalque de fundação
São as fissuras inclinadas que surgem na direção de maior nível de recalque – quando o solo “afunda”– e a parte construída fica ligeiramente inclinada.
E o que fazer para evitar todos esses problemas?
Seja você responsável pela obra ou comprador do imóvel, ao identificar alguma dessas patologias citadas, procure imediatamente um profissional especializado para melhor avaliar o problema e oferecer a solução mais eficiente.
Lembre-se: quanto mais rápido for solucionado, menores são os riscos de acidentes.
Como vimos, a grande causa da maioria das patologias da construção civil é o tipo de material de construção utilizado e sua forma de aplicação, em especial o concreto.
Há uma infinidade deste insumo no mercado para situações específicas, e por isso, é importante escolher aquele com a composição ideal para ser aplicado de maneira precisa.
Para entender mais sobre o assunto, leia agora este artigo sobre 10 tipos de concreto mais utilizados na obra e o que você precisa saber para escolher este insumo corretamente!